terça-feira, 12 de maio de 2015

A falsidade é uma virtude no futebol.

Se não fosse a falsidade, não existiria o "faz que vai mas não vai" do drible, o olhar para um lado e chutar para o outro, o estiramento na coxa nos minutos finais de uma partida em que se está ganhando. Se não fosse a falsidade, não existiria a falta na grande área que nos deu o primeiro pênalti no domingo. Arredondo para quem não viu o lance: Diego Borges sentiu que o zagueiro estava com o braço em seu pescoço e se jogou pra trás. Seríamos todos grandes pascácios se entendêssemos que estou falando que ganhamos por causa de um pênalti. O placar da partida taí para eliminar qualquer dúvida dos lorpas de plantão. Ganhamos porque somos melhores e havíamos decidido ganhar muito antes de começar a partida, quando deixamos escapar o empate em Votuporanga perdendo aquele pênalti. Mas estava falando sobre a falsidade. Ela não só existe no futebol como é praticada livremente. Só no jogo de ontem, foram várias. Vejamos. O goleiro adversário, no segundo pênalti, aponta para centro do gol, prometendo pegar a bola ali, mas pula para o canto direito. Falsidade. Gil acabara de se recuperar de uma lesão, mas deixa 4 adversários pra trás num único lance. Falsidade. O árbitro, que expulsara um zagueiro deles, expulsa um dos nossos por demora na saída para a substituição, quando na verdade o óbvio ululante é que ele queria compensar o número de cartões vermelhos. Falsidade. Estão vendo? Se ficarmos aqui caçando as falsidades em campo, elas aparecerão aos borbotões. Até as verdades, que também costumam dar as caras no futebol, soaram neste domingo como grandes mentiras para os votuporanguenses. Nossos passes, defesas e dribles perfeitos - nosso entrosamento e talento - em nada pareciam com o que eles esperavam.


Foto: Alê Vianna