sexta-feira, 10 de julho de 2015

Armadilha de passarinho.


Você pensa que as mãos deles, tão juventinas quanto as nossas, também não suam em um pênalti? Seus cliques também não ganham mais pressão - assim como nossos punhos cerrados - quando uma expulsão é injusta? Sim, eles são torcedores também. Mas somente eles conseguem duplicar um milésimo de segundo em sofrer e capturar o sofrimento. É assim, em dobro, ou por outra... em dupla, que eles conseguem mostrar que o futebol não existe no campo se não existir na arquibancada. Que o alambrado foi colocado ali somente para apoiarmos nossos braços, porque na verdade estamos todos em campo. Esses dois vão para a Rua Javari como dois moleques que saem para prender passarinhos. Com suas caixas armadilhas. Depois chegam em casa com seus pequenos troféus vivos. São nossas emoções. E por estarem vivas, logo as soltam por aí em seus blogs, flickers e páginas do facebook. Livres, elas voam alto, mas com uma finíssima linha presa em suas perninhas. Para nunca fugirem da nossa memória.