Você
pensa que as mãos deles, tão juventinas quanto as nossas, também não suam em um
pênalti? Seus cliques também não ganham mais pressão - assim como nossos punhos
cerrados - quando uma expulsão é injusta? Sim, eles são torcedores também. Mas somente
eles conseguem duplicar um milésimo de segundo em sofrer e capturar o
sofrimento. É assim, em dobro, ou por outra... em dupla, que eles conseguem
mostrar que o futebol não existe no campo se não existir na arquibancada. Que o
alambrado foi colocado ali somente para apoiarmos nossos braços, porque na
verdade estamos todos em campo. Esses dois vão para a Rua Javari como dois
moleques que saem para prender passarinhos. Com suas caixas armadilhas. Depois
chegam em casa com seus pequenos troféus vivos. São nossas emoções. E por
estarem vivas, logo as soltam por aí em seus blogs, flickers e páginas do
facebook. Livres, elas voam alto, mas com uma finíssima linha presa em suas
perninhas. Para nunca fugirem da n ossa memória.